
Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888. Para celebrar os 120 anos do seu nascimento, a Casa Fernando Pessoa e Câmara Municipal de Lisboa, entre outras actividades, promoveram um concerto de hip hop com textos do poeta (...a poesia é imortal!).
Na sua edição de 6ª feira, o jornal "Público" oferece aos leitores o postal que aqui reproduzimos, trata-se de um poema inédito de um dos heterónimos de Pessoa, Alberto Caeiro:
"Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa algures e algures acaba
E que longe e atrás disso há absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e um fim,
E que antes e depois disso não havia tempo.
Porque há-de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se soubéssemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas."
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